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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

RESENHA - REPENSANDO O OBJETO DE ENSINO DE UMA AULA DE PORTUGUÊS

IRANDÉ Antunes. Aula de português – encontro & interação.(CAPÍTULO TRÊS) São Paulo: Parábola Editorial, 2003 – (Série Aula; um) 181 p. ISBN: 85-88456-15-x

REPENSANDO O OBJETO DE ENSINO DE UMA AULA DE PORTUGUÊS
[1] Macione Gomes Lobato
Marcelo de  Jesus Chucre
 Manoel da Silva Vilhena

As competências necessárias para que o sujeito interaja com seu meio social passam, sem dúvida alguma, por usos específicos da linguagem e a escola não pode negligenciar o desenvolvimento do aluno nesse âmbito. Por esse motivo, os professores da Educação Básica têm recebido muitos apelos para que mobilizem seus esforços no sentido de redirecionar as práticas de ensino de português. Dessa forma com sua obra a autora aponta caminhos e sugere atividades para as aulas de português.
Repensando o Objeto de Ensino de uma Aula de Português – é o terceiro capítulo da obra “Aula de Português: Encontro & Interação” escrita em uma linguagem pedagógica voltada para professores de ensino fundamental e médio, além de alunos universitários e todos que se interessam pelo estudo e ensino de português. No decorrer deste capítulo há sugestões para atividades, discussões, leituras e reflexões, o que torna o trabalho ainda mais didático, onde a autora destaca a importância de uma pré-definição do conteúdo programático, a partir daí, procurar desenvolver uma metodologia que possa ampliar a competência do aluno para o exercício cada vez mais pleno da fala e da escrita, incluindo também, a escuta e a leitura. Nesse sentido, a autora apresenta algumas orientações e sugestões de atividades que podem ser desenvolvidas no âmbito da escrita, da leitura, da reflexão gramatical e da oralidade, ressalvando o não propósito de passar uma receita pronta, mas sim, um incentivo para o professor criar suas próprias atividades.
Irandé Antunes discorre este capítulo apresentando alguns exemplos de como os diversos textos que circulam na sociedade podem servir de instrumento para que o professor desenvolva atividades adequadas a tais objetivos. Mas, para que o docente utilize esses textos em suas atividades, é necessário que ele demonstre autonomia e assuma o controle de suas aulas; ele precisa ler e ouvir os textos que circulam socialmente para perceber neles oportunidades de trabalhar conteúdos relevantes, precisa ainda estar antenado a situações comunicativas reais (de dentro ou de fora da escola) para utilizá-las nas produções orais e escritas de seus alunos. Assim a autora apresenta este discurso com a finalidade de proporcionar aos professores da Educação Básica uma oportunidade de refletir sobre os novos rumos que as aulas de português precisam seguir para formar cidadãos capazes de utilizar a língua como um instrumento de interação. De acordo com a autora, as habilidades de usar a língua adequadamente concorrem para o desenvolvimento pessoal, social e político dos indivíduos.
Apesar da autora reconhecer que os educadores já vêm se empenhando em demonstrar um certo comprometimento, no sentido de trazer para a escola mais qualidade e êxito, com o ensino da língua, ela demonstra que há ainda, muitos pontos menos positivos, que ocorrem nas atividades pedagógicas, que requer maior atenção, pontuando para aspectos relevantes que necessitam ser revistos no ensino da língua materna. Apesar do empenho, ainda se constata um diagnóstico que aponta para a persistência de uma prática pedagógica que em muitos aspectos, ainda mantém a perspectiva reducionista voltada para o estudo da palavra e da frase descontextualizadas no ensino da língua. Este é o ponto de partida da autora que analisa as práticas pedagógicas, enfatizando a forma que a oralidade, a escrita, a leitura, e a gramática são trabalhadas em sala de aula. De tal modo a autora apresenta alguns princípios teóricos capazes de fundamentar um ensino da língua mais relevante e eficiente. Para isso tem como pontos de referência a prática da escrita, a prática da leitura, a prática da reflexão sobre a gramática e a pratica da oralidade. Na obra ela chama atenção sobre a interdependência existente entre teoria e prática, enfatizando como é importante que o professor entenda o significado dessa ligação mútua, no sentido de melhorar o desenvolvimento das suas práticas em sala de aula, destaca também, a importância de não acomodação do educador, que deve assumir uma postura ativa, procurando meios de se envolver em pesquisas, no sentido de transformar sua prática baseando-se em estudos, que possibilite a aquisição de uma ampla fundamentação teórica.
 Preocupada com as práticas tradicionais de ensino de português que ainda persistem, a professora Irandé Antunes termina incentivando o professor a assumir autonomia didática. A autora reconhece que foi bastante enfática e que, em alguns momentos, se deixou levar pela emoção, pois seu objetivo é transmitir aos professores da Educação Básica um apelo amoroso para que estes reflitam e busquem novas alternativas para suas aulas de português.
 “Aula de português: encontro e interação” é apenas uma semente que integra uma discussão aberta e contínua na busca por caminhos para um ensino da língua cada vez mais eficaz.


[1]  Acadêmicos do curso de Licenciatura em Letras/Francês da turma (5LIC-F-T), disciplina Estágio Supervisionado em Docência II (LP), do Instituto de Ensino Superior do Amapá – IESAP. Profª. Fádia Cristina M. de Oliveira. Macapá, 2010

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